Coisas que aprendi tendo atos de serviço como minha forma de demonstrar amor

Hoje, a gente vive numa época onde o autoconhecimento está em alta. Temos acesso a informações que nos ajudam a dar nome a padrões e comportamentos que antes só sentíamos. Um exemplo disso são as linguagens do amor. Eu tenho lido bastante sobre elas e o quanto elas impactam todas as nossas relações — amorosas, familiares, de amizade, trabalho, tudo.

Mas quero falar diretamente com você, que, assim como eu, demonstra amor através de atos de serviço. Esse jeito de amar é uma das formas mais bonitas e genuínas de demonstrar carinho e cuidado. Mas, muitas vezes, ele pode ser confundido com “ser trouxa”, “se doar demais” ou “ser emocionado”. Eu também já me senti assim (e não tem muito tempo!).

Estou com quase 25 anos, e demorei muito pra entender que o jeito que eu amo não é um defeito. Amar servindo é um dom, um princípio que é nobre, bíblico e profundo. Deus nos chama a servir. Jesus veio à Terra para servir, não para ser servido. E se somos criados à imagem e semelhança d’Ele, servir é um excelente ponto de partida, certo?

Mas o desafio está em manter essa essência num mundo que, muitas vezes, não é recíproco. Um mundo onde as pessoas estão focadas em suas rotinas, suas metas, suas distrações. Amar através de atos de serviço exige energia física, mental e emocional. Se a gente não souber direcionar isso, corremos o risco de nos esgotar.

1. Aceite que isso não é um defeito.

Amar servindo é um dom, não um problema. Mas é um dom que vem com a responsabilidade de saber administrá-lo. Servir não significa se esgotar. Você não foi criado para doar tanto ao ponto de se secar. Deus não planejou que você se tornasse uma fonte que nunca se renova. Servir ao outro é lindo, mas precisa vir acompanhado de limites saudáveis.

1. Entenda que ninguém te deve nada.

Essa é uma das partes mais difíceis. É inevitável esperar reconhecimento. Somos humanos, e é natural querer que valorizem o que fazemos. Mas, se sua servidão estiver condicionada à validação, ela deixa de ser uma virtude e se torna uma moeda de troca. E o amor não é sobre troca, é sobre doação. Amar pelo prazer de amar, servir pelo prazer de servir — essa é a verdadeira essência.

Se você encontrar pessoas que reconhecem e valorizam isso, ótimo. Mas, se não encontrar, não guarde rancor. Não culpe os outros. Algumas pessoas simplesmente não têm a sensibilidade de perceber tudo o que você faz. Isso não significa que o que você faz é menos importante — significa apenas que essas pessoas têm suas próprias questões para resolver.

1. Estabeleça hierarquias e prioridades.

Você não é uma fonte de energia infinita. É impossível ajudar todo mundo, estar disponível pra tudo e todos. Você precisa definir quem merece o melhor da sua energia. Pra mim, isso começa com Deus, porque Ele é quem renova minhas forças. Depois, minha família, que sempre esteve ao meu lado. E só então eu vejo o que posso oferecer aos amigos, colegas ou desconhecidos.

Não é sobre ser menos generoso. É sobre ser inteligente. Direcionar sua energia de forma sábia garante que você continue servindo sem se esgotar. Afinal, se você não estiver bem, como vai ajudar alguém?

1. Ame a si mesmo com a mesma intensidade.

A mesma dedicação que você dá aos outros precisa ser aplicada a você. Muitas vezes, nos doamos tanto que nos esquecemos de cuidar de nós mesmos. Mas, se você não se amar, não se cuidar, não se priorizar, como vai continuar servindo? Tire um tempo pra você. Se presenteie. Seja gentil consigo. Imagine que você é a pessoa que mais merece o seu amor — como você se trataria?

1. Lembre-se: amar é o próprio ato.

O cumprimento do seu amor está no próprio ato de amar, e não no que você recebe em troca. A satisfação vem da certeza de que você deu o melhor de si, não do reconhecimento do outro. Quando sentir ingratidão, converse com Deus. Ele entende. Afinal, Jesus serviu e morreu por nós, sabendo que não éramos merecedores. O que somos nós, diante do que Ele fez?

Esses aprendizados me custaram muito. Espero que você consiga aproveitá-los sem que te custe muito também.

Com carinho,

Gabi.